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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Que ironia, Vida. Que ironia.

Eu diria que chegou a ser engraçada a forma como os fatos se relacionaram; mas quando o assunto morte envolve-se a qualquer outro, não há como julgar nada engraçado. A verdade é que nem sério se encaixa. Talvez o termo seja triste mesmo. Eu não sei. O que me invade é a inconformidade. Inconformidade com a morte. Ah, sim... A ironia:
Terça feira comecei a ler A Cabana, um livro de ficção que fala, em suma, sobre Deus. Um enredo, onde um homem perde sua filha caçula, Missy, para um possível assassino em série de meninas, do perfil da garotinha. Com o desaparecimento e morte da filha, Mackenzie, o pai, se vê bombardeado por dúvidas e questionamentos. Apontando em Deus, erros e falhas, como permitir a morte sem sentido, sem culpa, de sua tão amada filha.
Aí é que está. Achei irônico. Estar lendo um livro com essa temática e um caso de morte sem sentido abater-se sobre a família; um assassinato. Numa tarde comum, você sai até a rua, procurando sua mãe. E a encontra. Estirada no chão. Perfurada na cabeça, no peito. A menina segura o corpo da mãe, pelos braços. E implora: ‘Mãe, levanta! Levanta, mãe!’.
Será que a intensidade do pedido causada pela dor da filha, agora desolada, teve alguma serventia? Será que comoveu Deus? Será que os gritos foram tão altos que a mulher pôde levantar-se do sono da morte e refugiar-se em casa? Não. Não pôde.
Não me levem a mal. Não estou querendo cutucar as crenças dos outros. Nem incitar o questionamento de se Deus existe. Ou ainda como ele, mergulhado em seu amor genuíno de pai, pode permitir a morte fria de seus filhos. Desculpem. Mas a verdade é que eu não sei o que estou querendo. A morte me abate de uma maneira. Eu fico... Lesada.
Bom, o livro justifica essa permissão no fato de esse ser um mundo que não está, de fato, nas mãos de Deus. E, como eu já estudei sobre esses conceitos, compreendo essa visão.
Mas perder é uma coisa tão inaceitável. A morte dá um desespero. Ainda que seja o descanso eterno. Ainda que quem morra esteja melhor do que quem vive nesse mundo onde nos sujeitamos ao risco de morrer inconseqüentemente, todos os dias. Eu preciso crescer. Mas não sei se crescer me permitirá aceitar melhor esse tipo de perda. E, agora, isso causa tanta confusão na minha mente. Como se não bastassem minhas próprias dúvidas, isto é, as que já cultivo.
Deus. Vida. Morte. Justiça? Impunidade. Consciência? Direito. De que me adiantará persuadir em nome de quem quer que seja? Não vou ressuscitar ninguém.
Eu queria entender. Ou não. Talvez, eu já entenda. O que me falta, hein? Deus? Pode me responder? Sinto respostas que só podem ter vindo de mim. E eu vou terminar essa leitura e discutir comigo mesma tudo o que me vier à mente. Mas e depois? Será que eu vou estar... Conformada? E eu nem sei se quero ser conformada. Percebi que hoje não tenho convicções. Sou dúvidas. E, portanto, não sei nem como terminar.

LUTO. Lena, você não foi perfeita - Quem é, afinal? -, mas deixou uma filha, sua mãe e seus familiares que com certeza, independente de suas imperfeições e qualidades, sentirão sua falta; e já a sentem. Não, você não pode me ouvir, nem acessar meu blog. Estou falando comigo mesma. Ou será que Deus está me ouvindo? Mais uma vez: eu não sei.

http://home.dgabc.com.br/default.asp?pt=secao&pg=detalhe&c=1&id=5782964&titulo=Mulher+e+assassinada+em+frente+de+casa+em+Maua

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Eu te amo - CBH

Eis o pedido.
Agora concedido.
E aquilo me inundou em uma emoção que eu não sabia que podia desaguar sobre mim. Não sei o que houve. Não pode ser sensibilidade a flor da pele. Foi simples o que pedi. Será que me remeteu a algo? A alguém? Eu não sei. E suponho que prefira não descobrir. Não nego a mim o que em algum milésimo da ocasião tomou meu pensamento. Eu não sei se devo. Mas o dever sempre foi tão miserável quando comparado ao desejo. Mas não! Não pode ser desejo. Foi só emoção. Foi só emoção. Eu preciso repetir, eu quero ouvir. Me obrigo a acreditar. Foi só emoção. Só mais uma besteira desse coração. Foi só emoção. Essa é a verdade. Se for mentira, não há perdão. Foi só emoção.
- Então agora cale o que sentimento.
- Que sentimento! Não existe sentimento, foi só emoção.
- Raios, será que dentre todas as pessoas desse mundo, só a ti mesma não consegue enganar? Agora respire e tome, novamente, para si o controle. Não há necessidade de mascarar-se, você sabe que não quer fingir. Não sabe se pode fingir. Pouco te importa o mundo. Se for pra fingir, vai fingir pra si. Ah, paremos com isso, vai. Por que se atordoar por tão pouco? Não perca tempo enlouquecendo a sós. Se deseja a loucura, vá causá-la em qualquer um na rua. Enlouquecer sozinha não vale à pena. A vida é um espetáculo cheio de peripécias que exige mais que platéia, intima público fiel.

- Foi-só-emo-ção.

- Faça-me novamente aquele favor: aja como se nenhum pensamento estivesse hesitando em perturbar e siga com a vida que quer viver sem pensar.



' Ah, se ao te conhecer
dei pra sonhar, fiz tantos desvarios.
Rompi com o mundo, queimei meus navios.
Me diz pra onde é que 'inda posso ir ♫ '

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Cem anos de perdão.

[...]
Eis-me afinal diante dela. Paro um instante, perigosamente, porque de perto ela é ainda mais linda.
[...]
Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão. As pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.


Clarice [MINHA MUSA E NENHUM POUCO MACABÉA] Lispector.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mais uma lição

'Nem faço do meu presente uma espera do futuro'. Uma certa tia me falou isso numa conversa. Achei o máximo. Essa fala me deu beira para uma auto-avaliação. Que resultou numa, ligeira, sensação de hipocrisia. Daqueles hipócritas inconscientes, sabe? Veja bem. Eu prego e me valho do bom carpe diem, contudo pude constatar que em alguns momentos não há um real aproveitamento da minha parte. Cruamente, a verdade é que me vi fazendo do meu presente uma espera do futuro; e, convenhamos, isso não é mesmo aproveitar o dia. E essa reflexão foi mais além. Presumo que possua as caracteríscas essenciais pra exercer de forma ortodoxa meu carpe diem: eu aprecio ariscar e, de fato, não me arrependo de nada do que faço, nem que eu venha a ver o ato como a maior burrada da minha vida, eu não me arrependo. Acho o arrependimento desnecessário. Não dá pra mudar nada mesmo e você ainda toma lições de seus erros. Se arrepender pra quê? - Pra alcançar o perdão divino? Hum... er. Bom essa já é uma outra questão...
Saber arriscar e não se arrepender são dons que sinto em mim. E acho que era isso que me faltava. Ainda que eu não vivesse sob regras [e já fosse muito libertina], não tinha percebido que permitia que alguns dos meus mais profundos desejos limitassem a plenitude de outros. A vida é tão rara para ficar se impondo barreiras. Eu não vou viver fazendo do meu presente uma espera do futuro. A vida é agora, e 'é muito pra ser pouco'. Desejar que algo aconteça não precisa ser a tortura durante a espera.

CARPE DIEM.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

No frio da madrugada

Mário, de pijama, escrevia uma carta no computador, quando tocaram a campainha. Ele, que estava muito concentrado no que escrevia, demorou a perceber que havia alguém insistente na porta. Tomado pelo nervoso da interrupção, jogou o mouse, que segurava firme com a mão suada, levantou-se desajeitado da cadeira e abriu a porta do quarto com violência. Mário desceu as escadas, irritado, se preparava para expulsar a visita, fosse quem fosse. Chegou até a porta, com suas pernas que agora tremiam pelo nervosismo, e destrancou o mais rápido que pôde. Abriu a porta ainda violento, mas já não havia ninguém. Deparou-se com a rua deserta, ali só se ouvia o vento gelado vagando sem piedade pelas ruas escuras do bairro. O silêncio era insuportável, agora Mário se sentia ainda mais sozinho. Então, fechou a porta e deu-se conta de que só estava tão descontrolado porque precisava terminar o que havia começado: a carta. A carta que daria fim ao seu amor impossível. E o que mais o atordoava era estar sozinho, sem amigos, sem companhia e principalmente, sem seu amor.
Subitamente, Mário era só desânimo. Subiu as escadas, mergulhado numa tristeza que substituía sua tensão. Abriu a porta de seu quarto sem vontade nenhuma, suas forças reduziam-se a nada dentro de si, ele agora se arrastava pelo cômodo da casa solitária. Aproximou-se da cadeira, puxou-a e derramou-se pateticamente sobre ela. E logo após seu olho esquerdo arder sem piedade alguma, Mário sentiu uma lágrima teimosa atravessar seu rosto. Ele a limpou com prontidão. Não queria chorar. Era se rebaixar demais por um amor que ele mesmo colocaria fim. Ele piscou algumas vezes e encheu-se da força que sabia ter.
Sua mão, agora seca, segurava novamente o mouse, numa calma aparente. Seus olhos já não ardiam e encaravam friamente as palavras:
“Nós dois sabemos que não podemos continuar. As circunstâncias não nos permitem. As pessoas ao redor, nossos compromissos... até nossa família! Meu pecado maior é que mesmo sem poder eu te amo. Meu Deus, como amo! Mas não quero insistir nisso. Se, pelo menos, você estivesse do meu lado me apoiando. Mas não. Não consegue, não pode estar comigo... só porque você... Isto é, só porque eu... Ou melhor, só porque nós... Enfim, você sabe. Ainda não sei admitir isso pra mim. Talvez seja por isso que é tão difícil gritar nosso amor para os outros. Nos falta coragem?” – Assim começava a carta que Mário não conseguia terminar. Na verdade, ele não queria terminar nada. No fundo, ele era simplesmente o desejo de que aquele amor fosse aceito. Passou a mão pelo rosto e depois segurou, enlouquecido, seus cabelos.
Novamente descontrolado, notou que suas pernas batiam violentamente contra a mesa do computador. Mário enfrentava um dilema. Logo ele, um rapaz quase frio, que não acreditava em sofrimento por amor, ou melhor, que não acreditava nesse tipo de amor simplesmente. Mas alguém fez com que mudasse de idéia. Esse alguém era seu grande amor. Mário decidiu terminar a carta depois. Deixou o quarto. Inconformado com sua situação e enquanto descia as escadas, perplexo, Mário questionou a si mesmo num tom baixo e ríspido:
- Nossa! Como me tornei isso? Eu não queria! Eu não pedi! Eu sou um... Homem? Será que posso me dizer um homem? Quem sabe um nada...
Numa lentidão inédita, Mário finalmente desceu as escadas. Ainda segurava os corrimões, nostálgico, lembrando-se do tempo em que seu amor traduzia-se em cenas quentes, naqueles mesmos corrimões, por diversas vezes. Ele passou a ponta dos dedos suavemente pelo corrimão de madeira, em movimentos que subiam e desciam... Suas mãos deslizavam no objeto. De olhos fechados, e agora perdido numa expressão de satisfação intensa, as cenas de amor quente reproduziam-se em sua mente. Mário sentia como se tudo estivesse acontecendo naquele exato momento. O frio da madrugada já não estava ali. Agora, o calor da excitação residia em Mário novamente, seu corpo latejava num anseio enlouquecido e até o suor, causado por seus movimentos selvagens, escorria por sua testa enrijecida. Ele havia se transportado para o momento em que sua real atração foi constatada em atos, pela primeira vez. Involuntariamente, tinha as mãos no ar, como se estivessem presas, agarradas com desespero às costas da pessoa amada, que repousava sobre o corrimão marcado na noite que, naquele momento, dominava seu corpo e alma. Para completar seu devaneio, um arrepio atravessou sua espinha ao sentir a maciez daquela boca que beijava seu pescoço insaciavelmente. Agora seus olhos estavam apertados com força: havia chegado ao ápice do prazer. Era tão real!Para interromper seu sonho, Mário percebeu que o telefone já tocava insistentemente. ‘Outra interrupção?’, pensou ele, mais mau-humorado que da última vez. Atendeu. Do outro lado da linha, uma voz feminina e desesperada começou a falar:
- Mário? Me escuta! Eu estou disposta a esquecer tudo! Toda aquela sua bobagem... Sei que estava confuso. Sei também que você me ama.
- Luíza? Quê? – Mário perguntava confuso.
- Não precisa ser orgulhoso, Mário... Não comigo. Você sabe que aquilo era tudo loucura. Eu perdôo você. - Dizia Luíza, desesperada, mas convicta.
- Mulher, você está louca? Acha que eu acabei com nosso noivado por uma bobagem, por uma simples loucura? – Mário perguntava incrédulo.
- Você não perde essa mania de orgulho, não é mesmo? Mas olha aqui, quando você se der conta, vai ser tarde demais. Vai acabar tendo que se contentar com esse seu mundinho anormal. – Luíza prepotente, cheia de si, sentia-se a dona da verdade.
- A-NOR-MAL? – Mário repetiu enfaticamente – É isso, sua perua?
- Ai, Mário, você sabe que as pessoas nascem de um jeito... – Nesse instante, Mário já desligava o telefone, não queria terminar de ouvir as bobagens de Luíza, ainda que não se abalasse emocionalmente com elas. No entanto, revoltava-se ao perceber o quão desnecessária havia sido a ligação.
Agora, encarava a porta, precisava sair e ignorar a solidão de sua casa, de sua vida. Em movimentos calculados, pegou sua blusa, checou a carteira no bolso, destrancou a porta e abriu-a.
Com o rosto baixo, Bruno tinha a mão sobre a campainha, hesitava em apertá-la ou não, quando percebeu que Mário encarava-o, incrédulo. As palavras ficaram engasgadas, seu estômago revirou indiscretamente e seus olhos não queriam se fechar, ainda que ardessem na necessidade de piscar, os olhos de Mário não queriam deixar de ver aquele rosto.
- Boa noite? – Perguntou Bruno, desconcertado e nervoso.
- Como assim ‘Boa noite’? Eu acho que não era pra você estar aqui... Já tinha dito que não queria te ver – Mário se utilizava do tom mais indiferente que podia.
- Eu sei. Eu pensei que era um erro, mas eu pensei também que você podia estar precisando... – Mário interrompeu:
- De quê? De você? – Perguntou irônico – Mas é muita pretensão mesmo...
- Foi um erro eu ter voltado? – Bruno perguntou, num tom sincero e acanhado. Implorava internamente pelo ‘não’ de Mário, que não respondeu, perguntava aquilo a si mesmo por dentro. Mas não queria parecer fraco, indeciso, confuso. E então começou a balançar a cabeça, fazendo sinal positivo. Contudo, deu-se conta da gravidade do gesto e interrompeu-o. Procurou os olhos de Bruno, a fim de verificar qualquer reação, mas não os encontrou. De olhos apertados e rosto abaixado, Bruno tinha lágrimas saindo dos olhos.
- Mas Mário, eu voltei. Desisti de desistir. Não é possível que você já não... – Bruno resistia à indiferença de Mário.
- Não me venha falar de impossibilidades! – Interrompeu Mário, grosseiramente, mas ainda em tom baixo, frio e irredutível. – Era impossível eu estar numa situação dessas. “Meu Deus! Logo eu.” – Agora Mário hesitava em ceder ao choro que chegava discretamente – Abri mão de tudo, Bruno. E você foi um ingrato! Covarde! Simplesmente acabou. Acabou com a gente...
- Mas eu voltei! – Bruno agora chorava soluçante.
- E você acha que é assim? Bruno, eu morreria por você – Mário já não agüentava seu papel de durão, precisava ceder e chorar –, mataria por você! Você me descobriu, Bruno!
- E quero continuar te descobrindo. E quero que você me descubra também... – Bruno tentava conter-se e suas mãos já seguravam as de Mário.
- Eu desisti do meu casamento, meus amigos não me aceitaram, nem minha família. – Mário tinha o rosto encharcado pelas lágrimas. Perdia o fôlego, respirava desordenadamente. Agora ele era quem soluçava.
- Eu preciso de você. E não me importa se me quer de volta ou não! Você vai ser meu, Mário. Querendo ou não. Agora. – Bruno já havia se recomposto e agora tomava as rédeas da situação. Segurando Mário pelos braços com força, Bruno buscava olhá-lo nos olhos com firmeza. Algo nos olhos de Bruno fazia Mário perder-se ainda mais. Mário já não chorava, estava hipnotizado pelos toques de seu primeiro real e grande amor. A discussão finalizava-se no silêncio.
Os dois ainda não sabiam qual seria o rumo daquela história, mas, certamente, ambos queriam o mesmo para o desfecho daquela noite. Mário pegou as mãos de Bruno com delicadeza e agora o trazia para dentro de sua casa. O contato visual não era interrompido. Bruno sem se virar, bateu a porta.
O que aconteceu ao certo naquela casa, depois disso, não convém dizer, mas o fato é que o frio daquela madrugada não persistia. Não nas proximidades daqueles corrimões, pelo menos.


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Recebi alguns elogios; até a Élia gostou. Fiquei passada e de ego massageado (K).
Postei. Afinal, não é sempre que eu pego o fone, ligo o rádio e fico filosofando no caderno.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Obrigatoriedade.


Eu detesto impossibilidades. Me dá náuseas só de pensar em cada coisa que eu não posso fazer. Passo pior ainda quando penso nas coisas que eu deixo de fazer pelos outros. Eu fico muito puta da vida ou fico me sentindo um nada maior que a população da China; E olha só, ser um nada grande não é bom. Ter que sair por ai arrastando seu vazio, sua inutilidade... Incomoda, sabe? Ai, esse mundo frustra a gente. Eu sei que eu já devia ter me acostumado. Mas é aquela minha mania idiota de esperança. ‘Esperança nas pessoas, esperança naquilo outro, blá blá blá’. Eu mesma já não me agüento mais. E tem uma coisa que me abate mais do que não conseguir fazer algo; é quando eu devo deixar de fazer algo. Quando há uma força maior, não-divina, que cria uma necessidade de desistência. E como eu odeio desistir! Acontece que chegamos a um ponto em que a desistência não traz a dor maior... Em que a desistência se fez saída, se fez solução. Eu vejo que é certo abrir meus olhos agora, retirar esse véu de ilusão. E vejo que tudo isso é necessário já que eu estou enjoada de sofrer. Só a palavra sofrer já embrulha meu estômago, e olha que meu estômago é forte...
Juro que nunca quis ser uma dor como àquelas que eu já quis tanto curar de você; mas se eu insistir em seguir com isso, me tornarei uma dor ainda maior. E de grandezas negativas, já me basta o meu vazio.


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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

É cedo ou tαrde demαis prα dizer αdeus [...]



Blog abandonado? Engano seu, é que nas férias eu não gozo de muitos momentos de ócio para produzir.
Eu deveria ter feito uma resenha mental sobre 2OO8 para refletir e transcrever aqui, mas eu realmente não tive tempo. Confesso que 2OO8 foi surpreendente e decisivo – como eu profetizei que seria. Entretanto, por mais decisivo que tenha sido, não posso afirmar que tomei todas as decisões que deveria ter tomado. Ainda assim, é um prazer contar que tive momentos inesquecíveis e deveras marcantes, bons e nem tão bons assim. Fico pensando como pode acontecer tanta coisa em um ano só. E passou tão rápido...
Minha maior felicidade é pelas coisas que encontrei, isto é, pelas pessoas que se acrescentaram na minha vida. Isso sim me enche de alegria. Essas pessoas novas aliadas às que já estavam comigo fizeram do ano de 2OO8 o ano que eu quis que fosse. E houve perdas. Mas o que eu ganhei me traz felicidade até agora, enquanto o que perdi já passou. Tenho que agradecer ao Destino por ter conspirado tantas vezes. Os rolês de 2OO8 foram marcados por uma favorecida descarada do Destino. Quantas vezes tudo já esteve por um fio de ser descoberto quando então o destino nos refreou e guardou somente conosco os nossos segredos?
- Destino, obrigada.
O Acaso então arrasou, efetivamente. Penso que se não fosse por ações tão desintencionadas eu ainda não teria encontrado pedaços que precisava encontrar. E falando em encontrar, eu presumo que encontrei meu mundo... Me sinto tão à vontade.
2OO8, ano de emoções, tão distintas, misturadas. Não dispensaria nada do que aconteceu em 2OO8. É meio tarde pra dizer adeus e obrigada, mas antes tarde do que nunca.
- Adeus, e obrigada.

Quanto à 2OO9, confesso que estou um pouco insegura, mas creio que isso se deva a intensidade com que quero algumas coisas para esse ano. Quando é que eu vou escolher o curso da minha faculdade? Como é que vai ser o meu TAC? Será que não vou me foder tanto em matemática quanto pressuponho? Eu vou mesmo ter que esperar até a viagem de formatura? Entre outros.
Acho que alguns pontos finalmente irão encontrar seus is. Veremos.
Muita coisa vai acontecer, eu sei. Mas, sinceramente, estou sem pretensões absurdas. Meu mais intenso desejo pra esse ano é viver, o resto eu posso garantir que é conseqüência.

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