Páginas

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A minha versão da mesma parte da história

O segundo dia 15 se aproximou e dessa vez eu tive que ser lembrada. E pensar que quem nos alertou o primeiro fui eu. Claro que naquela altura eu não sonhava em ouvir ‘Um mês de que?’. Mas não foi problema. Eu sei que você só estava me dando as dicas do jogo. O fato é que o primeiro 15 se passou e passou na presença unida de cada uma de nós. E, por fim, passou bem.
Mas deixemos o primeiro e o que houve depois dele e nos concentremos diretamente no segundo.
O dia começou numa tensão que foi despejada sobre mim. A tarde iniciou-se na tensão continuada e aumentada, como se não fosse bastante tê-la. Tensão por ouvir que naquela tarde tanta coisa podia voltar, determinar ou, simplesmente, se findar de uma vez por todas. Na verdade, a tensão só se completava no fato de ser algo importante que eu prezo, me preocupo e, agora que já passou, sei que quero alimentar da maneira mais saudável que puder. A tarde passou e de peripécia e espetáculo teve o que sempre tem. Foi lindo, inevitável e determinante - que era mesmo uma das possibilidades inerentes.
Desde cedo a Lua já dividia o céu com sol, mas é óbvio que em nenhum momento dividiu a minha atenção.
Eu cheguei tensa na faculdade, não passava o ar porque tinha pensamento demais atrapalhando. Antes de entrar no laboratório, eu olhei o ambiente, afinal, a tendência era a tensão e o que quer que fosse todo o resto continuarem me assolando. Eu entrei. E acho que dava pra desconfiar que eu não estava... Normal?
As aulas se iniciaram e eu comecei a falar do que tinha acontecido pela tarde. Você sentada na minha diagonal. Eu tinha a impressão de que, pelo menos, um pouco da sua atenção estava em mim, mesmo que com o fone e escrevendo – o que eu jurava que era o trabalho de filosofia. Eu continuei falando e, de repente, você passou como o vento e saiu da sala. Cogitei ir atrás de você. Mas falar o quê? Se você tinha ouvido algo incômodo não era nada que eu ia poder desmentir. Fiquei. Você voltou. As aulas terminaram e você me deu as chaves que já tinha oferecido anteriormente no começo da noite. Perguntei se podíamos ir abrir juntas. Você disse que não queria ver a minha reação ao pegar tudo que estava lá. Pedi pra subir com você, não dava pra quebrar o ritual, não é mesmo? Fomos.
Antes de sair do carro, coloquei a mão sobre o bolso. A chave estava lá. Você foi embora e eu voltei. Eu saí, desci as escadas e resolvi passar no banheiro antes de ir até o armário 13 verificar o que quer que fosse – Falta de pressa? Indiferença? Ou eu estava apenas me dando mais tempo? Mistério.
Fui em direção aos armários. Tive uma alta brusca na ansiedade quando vi que era um dos últimos. Abri.
Ali estava a rosa apoiada nas paredes do pequeno armário que nunca ousou cogitar guardar algo tão mais profundo que aqueles livros. Embaixo dela, a folha com a letra de Luíza escrita a mão; mas que era essa música eu só percebi depois. Eu tirei a bela flor e a carta, peguei a chave e entreguei à biblioteca. Não tinha colocado os olhos sobre o papel ainda.
Fui pelo canto do corredor, andando devagar pra ter tempo de ler. Aos poucos, mas de forma intensa, aquelas palavras iam me invadindo. A sala ia ficando cada vez mais próxima e as lágrimas mais também. Eu só percebi bem no fim do corredor que lia escorada nas paredes e que tinha começado a chorar. Aquele choro quieto de quem sente dor, de quem sente a tristeza chegar. Mas o fator predominante é que eu tinha ficado emocionada. Aquilo tinha sido lindo. Muito.
Quando as palavras da carta acabaram, eu já estava frente à porta da sala e num impulso entrei. Meus olhos molhados, a rosa e a carta na mão. Sentei. Ninguém perguntou como eu estava; não foi preciso e, certamente, faltou coragem. Cuidadosamente, coloquei a rosa embaixo da mesa, sobre aquelas grades frias. E o texto sobre a mesa. As palavras do professor batiam nos meus ouvidos e refletiam-se para fora. Eu peguei o celular, instintivamente pra ver as horas. Uma mensagem sua. Eu olhei para o texto. As lágrimas, desesperadas, queriam sair. Tinha acabado de sentar e já saía da sala de novo. Fui pra fora e comecei a responder você - E essa foi a mensagem que você viu você sabe quando.
Respirei o máximo de ar que pude. Busquei o máximo de tranqüilidade pra me acalmar. É que naquele dia tinha acontecido tanta coisa. Foi difícil lidar com tudo de uma só vez. Sem mencionar todas as outras acumuladas que surgiram empilhadas.
Voltei pra sala. A aula logo acabou. Ainda dei um tempo na faculdade, conversando e conseguindo rir. Voltei com a cabeça em todos os lugares. Fiz aquela atualização rotineira do caminho de volta pra casa. Outra mensagem. Um aviso: post novo pra ler.
Meu coração ficou tão apertado. Aconteceu tudo que eu disse, exatamente com as mesmas palavras, que não ia acontecer. A verdade é que, às vezes, nós pensamos que sabemos tudo sobre nós – Afinal, quem saberia então? – Mas não. Não é bem assim.
Meu dia terminou exatamente como eu disse que terminaria.

Não vou usar a expressão por um lado, porque eu estava perimetralmente feliz. Mas me dar conta de que alguns desfechos não tão confortáveis me tinham como fundamento não foi lá aquelas coisas.

A carta está guardada na minha caixa de lembranças. A rosa já murchou, mas ainda não perdeu a vida. Vou guardá-la com carinho, porque é exatamente o sentimento que eu nutro por você. Nós acabamos não terminando o seu jogo, mas não tem por que simplesmente entrar em casa. Por mais que já seja hora de começar a falar sério e tudo mais. Eu ia dizer que agora o jogo é diferente. Mas não tem mais jogo. Meu verdadeiro eu já empossou e impera como quase sempre foi.

Eu espero sinceramente que já não queira me matar dentro de você e me expulsar do seu coração – Keep in, lembra? Eu acredito fielmente que dá pra gente continuar bem. Você pode tanto contar comigo! Está só em nossas mãos fazer dessa a melhor fase, você pode acreditar que, com certeza, essa é a minha meta pra nós.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

You could be mine tonight ♫

No céu é uma tira, mas sozinha ocupa meu coração inteiro. Não é nada que eu não possa ter e ainda assim quer ser dona de meus devaneios. De fato, não a tenho. Mas como é que poderia ter lhe ainda mais? Será possível viver em sua órbita? Ou até mesmo residir em sua luminosidade? Teu solo imperfeito, moldado nos defeitos exatos pra me fazer te amar.
Insisto em procurá-la quando não está lá e, incansavelmente, imploro que me aceite quando não quer me deixar te olhar.

Sabe que não sou tão reles. Mas perto de você, argumentar o quê? Argumentar nada. Apenas suplicar que fique ao meu alcance. E nem precisa ser das mãos; pode ser dos meus olhos. Permita, vossa majestade de tudo que é belo, que em ti eu possa me perder. Mas me perder sem tirar os olhos do que for você, para que só assim eu possa aceitar esse labirinto sem término, tão impossível de negar, mas tão simples de sair. Será que pode subir ao topo a fim de que seja mais fácil te olhar?

Se não quer que eu te ame, por que permite que eu me fascine? E me aparece, a cada dia, mais bela – mesmo que no dia anterior eu tenha pensado que a partir dali já fosse impossível.
Que eu morra agora: continuará sendo minha. Porque isso se verifica na tua vivência e no teu perdurar. Na tua ousadia correta de poder brilhar sem mim. Já eu, meudeus!, em que nada me tornaria sem você? De certo que um nada tão pouco que não há o quê dele dizer.

- Menina, venha ver a Lua.
- Ela... – hesitou a pequena – está sorrindo?
- Sim, ela está. Sorrindo e, sem você notar, seduzindo você.
- E... Por quê?
- Sorrindo porque está seduzindo. E seduzindo porque outra coisa não saberia ser.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Do you wanna play a game?

“E não é que ela tem coração?” foi a primeira coisa que me passou pela cabeça assim que me despedi, contornei o carro e segui pela calçada. Aquele fato já havia sido confirmado anteriormente. E não que eu tenha desacreditado, mas em minha inocente perspectiva, coração e tal conduta não condiziam. Mal podia imaginar que justamente por ter um coração e, logo, usá-lo, desfrutar das mais variadas sensações e sentimentos é que aquela garota caminhava por aqueles caminhos. Caminhos de vários rumos e rumo nenhum.
E entender que o incomum nasce das mais comuns passagens da vida. Entender que um desfecho hoje pode desencadear um recomeço daqui uns... Cinco anos?
A gente nunca sabe quando é que o mundo vai dar a volta completa, e pra ser sincera, dá até pra duvidar que ele dê. Mas ele dá, viu. E mesmo você jurando que por perder daquela última vez, agora a chance só pode ser sua... Bem, talvez não seja bem assim.
Essas escolhas do coração não são fáceis de entender. Nós nunca sabemos se é hora do troco ou se ainda temos mais o que aprender. E aprender pra ensinar. Porque no amor, a gente ensina e aprende; um de cada vez e os dois ao mesmo tempo.
Você me ensinou um jogo diferente. E eu já ficando crente que dava pra ganhar. Eu não sei qual carta eu preciso, nem sei se a tenho. Números no dado eu também nem sonho. Só acreditei que eu tinha aprendido a jogar com você. E aí é que ficou a incerteza: eu aprendi mesmo.
Do seu próprio jogo, comigo você não quer brincar? E eu faço o que agora, se não souber voltar as casas? Não que esse entretenimento tenha sido feito pra mim e eu o adore. Mas já reparou como todo jogo que a gente começa a entender passa a ser o mais agradável e divertido?
As regras do seu jogo não me impedem de sair; na verdade, elas não me impedem de nada. A não ser de algumas bobagens como sentir. Mas que seja. Eu posso sair do seu jogo, se eu quiser. O que não significa que eu vá parar de brincar com você*. Tanto porque do meu a gente nunca brincou. Na minha cabeça, a gente só pára de brincar quando é hora de parar de brincar e entrar em casa. Ou de começar a falar sério. E, no máximo, quando a gente vira gente grande e não pode brincar mais. Bem, quando um desses acontecer é game over. - É GAME OVER?!
Ah!

Você está confuso ou não sabe como jogar nessa rodada. Não avance nenhuma casa ou desista do jogo agora mesmo.”


*Que esteja esclarecido que essa expressão não denota você como um brinquedo. E sim como a dona das mãos que escondem e jogam as cartas pra mim.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mas

Todo o dia, me levanto sem saber (o que vou pensar)
Pra ser sincera, eu tenho medo, será que vou perder? As suas lembranças me perseguem. Pelos lugares, coisas me seguem (Não deixam me esquecer)

A liberdade me transborda. Estou feliz, dá pra notar.
Viver sem correntes, sem promessas. Ninguém pra me controlar.
Mas isso ta uma confusão, me dá até dor de cabeça,
São coisas do meu coração e talvez passe quando eu cresça.


Eu já não sei se quero amar. Vai que eu não saiba me envolver.
Só que nessa solidão, eu não sou ninguém.
Ter todo mundo e ser sozinho é o mesmo que sofrer. Esse dilema me atordoa.

Tantos pedidos, tantos amores. Algum deles tem que ganhar.
Mas s’é melhor ficar sozinha? Não estar com ninguém, ficar por ficar?
São tantos beijos em mim perdidos. Amanhã não vai ser lembrança.
Me sinto sem rumo, quem sou eu? Será que mereço sua confiança?
Eu já não sei se cansei ou senão há porquê lutar. Foi revogada a minha lei de ao amor eu me entregar.

REFRÃO

Todos os dias, tudo igual, finjo que não está lá. Do que adianta o que eu faço se estou a um passo de me anular?
Eu já nem preciso te estudar, tenho mais é que me entender.
Eu já enjoei de te amar ou aceitei te perder?

REFRÃO

-

Música que eu escrevi quarta, voltando da faculdade. Alterações e melodia pelo Tiago. Passamos muito tempo ensaiando. Está ficando super bonita. E será que dá pra perceber o quanto é pessoal? Que nada, tudo coisa do meu eu-lírico. Eu mesma não sinto nada do que está aí. Aliás, ultimamente, eu não sinto nada. Ser assentimental.
Tem tanta coisa na minha cabeça nesses tempos e, ao mesmo tempo, não tem nada. É estranho estar tão de bem com a vida e com infinitos pensamentos importantes na mente. Mas que bom que eu consigo. Poderia ser pior, então. Mas também eu não poderia falar, nem reclamar de nada. A minha vida é ótima!
Nós vamos gravar e se ficar audível :p, vou disseminar nosso single HAHA

♫♪