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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Acesso nº 3.453.001

Bem vinda, então.

Agora você está aqui dentro.
Está em mim, comigo, onde vou e quando fico. De formas e jeitos tantos que talvez não seja possível contar. E nem numerar. 
Mas é importante que você saiba. O lance aquariano das coisas. Saber. 

Quero te contar o que você já sabe. Que está andando por aqui. Andando, risos. Cê corre, cê pula, pega impulso lá de atrás e vem escorregando de meias. 

Ali do sofá, eu fico lendo minha revista enquanto te olho pelo canto dos olhos. Acho que no fundo estou torcendo pra você se desequilibrar e cair em cima de mim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Deixa eu bagunçar você?



A gente fica mordido, não fica?
Dente, lábio, teu jeito de olhar
Me lembro do beijo em teu pescoço
Do meu toque grosso, com medo de te transpassar

A gente fica mordido, não fica?
Dente, lábio, teu jeito de olhar
Me lembro do beijo em teu pescoço
Do meu toque grosso, com medo de te transpassar

A gente fica mordido, não fica?
Dente, lábio, teu jeito de olhar
Me lembro do beijo em teu pescoço
Do meu toque grosso, com medo de te transpassar

Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração
Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração

A gente fica mordido, não fica?
Dente, lábio, teu jeito de olhar
Me lembro do beijo em teu pescoço
Do meu toque grosso, com medo de te transpassar

A gente fica mordido, não fica?
Dente, lábio, teu jeito de olhar
Me lembro do beijo em teu pescoço
Do meu toque grosso, com medo de te transpassar

Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração
Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração

Deixa eu bagunçar você, deixa eu bagunçar você
Deixa eu bagunçar você, deixa eu bagunçar você
A gente fica mordido, não fica?

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ruas e calçadas

Ando pelo Rio.

– É. Rio de Janeiro –
Sorrateira e repentinamente: você está ali.

Atravesso ruas pensando em você.
Pareço cabisbaixa quando caminho calçadas pensando em você.
Do sofá-cama do apartamento de tamanho suficiente pra você estar fazendo falta, te desejo silenciosamente a ponto de nem eu mesma me escutar.
O som que evade das cordas do violinista no parque só não te suplica mais que as palavras que eu não disse.

Eis que quando te vejo: tudo explode.

Desmancho em alguns pedaços. E meu repouso é sobre você.
Descanso da distância, dos duros e frios quilômetros cinzas que jamais me permitiriam te materializar nas ruas e calçadas do Rio.

Quando me dou por mim, estou engolindo você pela respiração.
Numa sofreguidão tão profunda e aparentemente desarrazoada que, bem, só me resta averiguar a quantas bate meu coração.

Como te desejo.
Como te amo.
Parece até.
Que.
Em mim só há você.

Sua presença de repente acerta tudo.
E me faz rir e gargalhar como se houvesse ali o que de melhor existe para o deleite.
Pois bem. Parece-me muito que há.