Ando pelo
Rio.
– É. Rio de
Janeiro –
Sorrateira e
repentinamente: você está ali.
Atravesso
ruas pensando em você.
Pareço
cabisbaixa quando caminho calçadas pensando em você.
Do
sofá-cama do apartamento de tamanho suficiente pra você estar fazendo falta, te
desejo silenciosamente a ponto de nem eu mesma me escutar.
O
som que evade das cordas do violinista no parque só não te suplica mais que as palavras que
eu não disse.
Eis que
quando te vejo: tudo explode.
Desmancho em
alguns pedaços. E meu repouso é sobre você.
Descanso
da distância, dos duros e frios quilômetros cinzas que jamais me permitiriam te
materializar nas ruas e calçadas do Rio.
Quando me dou
por mim, estou engolindo você pela respiração.
Numa
sofreguidão tão profunda e aparentemente desarrazoada que, bem, só me resta
averiguar a quantas bate meu coração.
Como te
desejo.
Como te amo.
Parece até.
Que.
Em mim só há você.
Sua presença
de repente acerta tudo.
E me faz rir
e gargalhar como se houvesse ali o que de melhor existe para o deleite.
Pois bem.
Parece-me muito que há.
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