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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ruas e calçadas

Ando pelo Rio.

– É. Rio de Janeiro –
Sorrateira e repentinamente: você está ali.

Atravesso ruas pensando em você.
Pareço cabisbaixa quando caminho calçadas pensando em você.
Do sofá-cama do apartamento de tamanho suficiente pra você estar fazendo falta, te desejo silenciosamente a ponto de nem eu mesma me escutar.
O som que evade das cordas do violinista no parque só não te suplica mais que as palavras que eu não disse.

Eis que quando te vejo: tudo explode.

Desmancho em alguns pedaços. E meu repouso é sobre você.
Descanso da distância, dos duros e frios quilômetros cinzas que jamais me permitiriam te materializar nas ruas e calçadas do Rio.

Quando me dou por mim, estou engolindo você pela respiração.
Numa sofreguidão tão profunda e aparentemente desarrazoada que, bem, só me resta averiguar a quantas bate meu coração.

Como te desejo.
Como te amo.
Parece até.
Que.
Em mim só há você.

Sua presença de repente acerta tudo.
E me faz rir e gargalhar como se houvesse ali o que de melhor existe para o deleite.
Pois bem. Parece-me muito que há.

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