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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Passagens

Parada nos semáforos, pelo cruzamento à frente, vejo carros que passam para os dois sentidos.
Fico pensando que esta música não combina com este momento, mas também não posso passar.
Quando o vermelho troca com o verde, o vento invade mais indelicado pela janela e chacoalha meus cabelos para cima. Poetas, se apaixonados, diriam que dançam. Eu não sou poeta hoje.
Encaro atentamente o horizonte buscando qualquer coisa para a qual sempre olhei, mas nunca vi.
Quero ter olhos novos. Ou apenas coisas novas para olhar. Algo que me atrase o sono por um ou cinco minutos. Que me dê sonhos bons. Algo que me importe quando eu passar.

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