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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Desfechos

[... E começos?]

Os sentimentos estão lá? Por que não se doem? Nem se manifestam.
“A que ponto chegamos?” – tento responder. Vou na contramão desta resposta. Mas isso porque apenas eu posso agüentar o que ela traz consigo. Peço estar errada. Peço estar em confusão e atordoada por ressentimento. Que seja isso. Seja isso sim!
Ao caminhar desenfreadamente sem rumo e sem pressa, sinto o perfume teu vir me provocar. Me invade o peito – E agora não sei se falo daquele outro que bate ou organicamente de meu pulmão.
Não é mais você o ar que eu respiro? Não quer ser mais aquilo pelo qual bate meu coração?
Fui eu? Foi você. Lutei contra mim, por você. Advoguei em teu nome até me condenar. Então por que hoje se substitui a pessoa que personifica meu ar?
Me ama no peito? Sente, em você, a inundação deste belo sentimento? Então por que não tem jeito? Mesmo depois de passado tanto tempo.
Presumi ter ensinado parte daquilo que julgo ser amor. “Mas amor não se ensina” – Isso, em minha cabeça, é que eu deveria por.
Tenho sono. É cansaço? É enjôo? O que é mal cansa. O que é bom enjoa. O contrário de ambos também vai acontecer e não importará o quanto doa.
Quando a árvore de decisões parar de crescer será tarde demais. Dali virão apenas frutos – conseqüências. A vontade mais profunda pede que os caminhos se traduzam em paz. Que tudo que cair dali alimente e dê a medida exata da satisfação. Ironia: pedido tão simples que não se realiza nem à base de oração.
Perdão, meu deus, comi da árvore proibida – das decisões. Soube amar, mas não soube ser amada – Não daquela maneira. E vejo que os galhos – ou decisões, se preferir - foram configurando um desfecho. Me alimentei, egoísta, desta árvore. Os galhos agüentarão minhas medidas?
Árvore proibida. E gula... Pela própria árvore.
- Deus, vai me tirar do paraíso submundo do amor?! Ou só me flagelar de fome... De amor?
Minhas punições? Meus julgamentos tão inferiormente divinos? Que a sanção escolhida seja a que for. Insisto em não arrepender-me de ser leviana, pagã e mundana. Cada deslize foi em nome do amor. Que meu hedonismo não me abandone nem em morte. E que no vale das sombras eu caminhe sobre minhas próprias pernas, longe de precisar da fé que outros julgam ser sorte.


Sozinho - Caetano Veloso/ Olhos Certos - Detonautas/ Nada por mim - Kid Abelha

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