Eu detesto impossibilidades. Me dá náuseas só de pensar em cada coisa que eu não posso fazer. Passo pior ainda quando penso nas coisas que eu deixo de fazer pelos outros. Eu fico muito puta da vida ou fico me sentindo um nada maior que a população da China; E olha só, ser um nada grande não é bom. Ter que sair por ai arrastando seu vazio, sua inutilidade... Incomoda, sabe? Ai, esse mundo frustra a gente. Eu sei que eu já devia ter me acostumado. Mas é aquela minha mania idiota de esperança. ‘Esperança nas pessoas, esperança naquilo outro, blá blá blá’. Eu mesma já não me agüento mais. E tem uma coisa que me abate mais do que não conseguir fazer algo; é quando eu devo deixar de fazer algo. Quando há uma força maior, não-divina, que cria uma necessidade de desistência. E como eu odeio desistir! Acontece que chegamos a um ponto em que a desistência não traz a dor maior... Em que a desistência se fez saída, se fez solução. Eu vejo que é certo abrir meus olhos agora, retirar esse véu de ilusão. E vejo que tudo isso é necessário já que eu estou enjoada de sofrer. Só a palavra sofrer já embrulha meu estômago, e olha que meu estômago é forte...
Juro que nunca quis ser uma dor como àquelas que eu já quis tanto curar de você; mas se eu insistir em seguir com isso, me tornarei uma dor ainda maior. E de grandezas negativas, já me basta o meu vazio.
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Um comentário:
Pra mim?
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